Dicas de Manutenção

SOBREVIVENDO NA SELVA DA CIDADE (revista duas rodas edição 443)

 

O motociclismo esportivo é mágico, emocionante, encantador. Mas a maioria de nós não tem tempo, dinheiro ou os dois para curtir a vida de piloto em horário integral. Se a quantidade de pilotos em atividade no Brasil é pequena(dados da CBM estimam em cerca de 20 mil os pilotos filados às federações e a confederação), o número de motociclistas habilitados no país é estimado em cerca de 14 milhões (dados do senado federal). São incontáveis as razões  qu e levam cada vez mais gente para o motociclismo como meio de transporte.

Essa turma é que  nem aquele anúncio da Cléo Pires, pessoas que trabalham, estudam, batalham e não podem deixar que uma gripe , ou pior, um tombo, as impeça de cumprir seu destino, de fazer acontecer. Mas a cidade, assim como a selva, é hostil, tem suas próprias leis. São muitos ocorrências todos os dias, com pouca ou nenhuma presença do poder público. E na falta de autoridade, o clima é ainda mais agressivo do que nas corridas; vale quase tudo para chegar na frente.

A primeira armadilha é o próprio caminho, ou falta dele. Estudos apontam que 69% das rodovias brasileiras estão em péssimo estado de conservação. A malha viária urbana é ainda pior e a rural nem se fala, é inexistente, desafio a ser vencido com motos de Trial. Sobre piso de asfalto, os buracos são incontáveis, com requintes de crueldade. E de uns tempos pra cá surgiram novos obstáculos para desafiar as suspensões de motos e carros. Um dos principais são os tampões (bueiros e ralos) de serviços públicos, que quando existem, ficam totalmente desnivelados pelas sucessivas obras e recapeamento. Aqui no Rio a cidade está em eternos reparos, e os tampões “submersos” estão causando acidentes graves. Some- se a eles as divisórias de vias expressas, sentidos reversíveis, BRTs e outras invencionices no gênero.

Há 40 anos tenho motos trail, que considero as mais aptas a enfrentar o “enduro-cross” diário de ida e volta para o trabalho. Algumas vezes encontro motociclistas com grandes esportivas ou customs, verdadeiros aventureiros. É preciso habilidade(e coragem) para encarar a hora do rush numa Hayabusa ou Fat Boy. Causa admiração que eles não fiquem congestionados  com mais frequência entre espaços minúsculos e crateras monumentais, estilo chester.

O que nos leva à segunda grande armadilha do meio ambiente para o motociclista urbano: outros veículos. Do pequeno Smart às grandes carretas, eles são maiores do que nós. Melhor não disputar o mesmo espaço que eles. Algumas motoristas por distração ou deliberadamente, fazem o possível para  dificultar o nosso progresso em meio aos constates congestionamentos.

A terceira armadilha é o bicho homem bípede e pedestre. Ele pode surgir à nossa frente das mais variadas maneiras: correndo atrás de bola, entre ônibus e vans, olhando para o outro lado, calculando mal a distância entre suas passadas e a nossa moto.

Por derradeiro, o quarto e talvez maior obstáculo de todos é o comportamento do próprio motociclista. As motos andam tão evoluídas que nos dão uma falsa sensação de segurança. Mas mesmo na selva, a lei da gravidade continua valendo, e todo objeto mais pesado que o ar tende a encostar no chão. Isso vale para pessoas e coisas.

Rigorosamente, toda vez que eu saio de moto, passo por duas ou mais situações de apreensão, potenciais acidentes. Basta uma distração, um erro de avaliação ou negligência para concretizar uma queda ou coisa ainda pior. Portanto, ao sair com sua moto, todo cuidado é pouco, toda prudência é necessária, andar com extrema atenção é fundamental. E ainda assim, não há como evitar um tombinho eventual. Mas se você estiver preparado, poderá enfrentar a situação com mais propriedade, e em ritmo de samba:”reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima...”

Fausto Macieira é repórter do canal SporTv e colunista de Duas Rodas.

 

Dicas de Manutenção para viagem.

Lembre-se: Sempre antes de qualquer viagem deve-se executar uma revisão completa em sua moto em uma oficina mecânica de sua confiança.

Verifique a folga da corrente e o estado da coroa e pinhão;

Leve sempre uma bisnaga ou um spray de óleo lubrificante;

Fique atento ao desgaste das pastilhas dos freios dianteiro e traseiro;

Troque o óleo antes de viajar, se necessário;

Verifique o estado dos cabos de acelerador, freios, embreagem. Se precisarem de trocas, faça antes da viagem;

Preste atenção nos pneus e nas rodas. Os pneus devem estar dentro dos limites de uso e as rodas alinhadas e balanceadas;

A bateria deve estar sempre no nível. Se estiver bebendo muita água é sinal que o regulador de voltagem está com problemas;

Verifique as luzes: farol, piscas e lanterna traseira;

Observe os filtros de óleo e ar. Se for necessário, faça a troca;

Carburador e filtro de gasolina: limpe e faça uma boa regulagem.

Em qualquer viagem de moto, é recomendável que o motociclista esteja preparado para eventuais intervenções mecânicas, assim não deixe de levar na bagagem as peças de reposição mais sujeitas a quebras, tais como - vela, lampadas, câmara de ar, reparador instantâneo de pneu, ferramentas e cabos de comando (embreagem, freio e acelerador...).

 

MOTO SEGURANÇA

www.motoseguranca.com.br

- Manual do Motociclista -

 

MANUTENÇÃO

Fazer uma vistoria na motocicleta diariamente antes de utilizá-la é fundamental para garantir uma pilotagem segura, principalmente antes de viagens e pegar a estrada. Em alguns percursos, nem sempre há assistência mecânica, por isso, é importante que a moto esteja em condições ideais de funcionamento antes de sair de casa. Com a revisão de apenas alguns itens, é possível prevenir problemas em comandos e manter as peças e acessórios em ótimo estado. Para lidar com estas situações, selecionamos uma série de dicas que auxiliam na manutenção da motocicleta.

A revisão completa de diversos componentes leva poucos minutos e deve ser feita, preferencialmente, com o motor em funcionamento para verificar ruídos estranhos, vazamentos ou parafusos soltos. Essa prática diária assegura excelente conservação da motocicleta.


SUSPENSÃO:

A finalidade da suspensão e dos amortecedores é manter a estabilidade da moto. Quando gastos, podem causar a perda de controle do moto e sua queda, especialmente em curvas e nas frenagens. Verifique periodicamente o estado de conservação e o funcionamento deles, usando como base o manual do fabricante e levando a moto a pessoal especializado.

COMANDOS E CABOS:

As folgas dos pedais dos freios dianteiro e traseiro, bem como a da alavanca da embreagem, devem estar reguladas com a medida média de 20mm. Também é importante fazer o check-up da regulagem e lubrificação dos cabos de embreagem, do acelerador e do sistema de freios.

FREIOS:

O sistema de freios tem que estar devidamente regulados e lubrificados. Se o freio for hidráulico, deve-se ainda verificar semanalmente o nível do fluido que, se estiver abaixo do mínimo estipulado, pode sinalizar vazamento ou desgaste excessivo da pastilha.

LUZES E PARTES ELÉTRICAS

Durante a inspeção, é importante observar se todas as luzes (de freio, piscas, lanterna, farol e painel) estão funcionando. Qualquer problema em um desses equipamentos é considerada infração média, segundo o Código de Trânsito Brasileiro, com penalidade na carteira de habilitação e multa.

LUBRIFICAÇÃO DA CORRENTE:

Todas as marcas recomendam que a cada 500 km você lubrifique a corrente, isso evita o desgaste excessivo apesar de sujar bastante a roda traseira, mas é mais barato limpar a moto toda semana que trocar um conjunto de relação que pode chegar a US$ 700,00 em algumas motos importadas. O lubrificante mais recomendado é óleo 90 (altamente viscoso) alguns preferem graxa náutica que é branca e não sai com água. Felizes os que têm eixo cardam! Neste caso deve-se observar a manutenção sugerida pelo fabricante, quanto ao nível do óleo lubrificante, pois, podem ocorrer vazamentos, etc.

CALIBRAGEM DOS PNEUS:

Manter a calibragem dos pneus correta pode fazer a diferença entre estar em condições de fazer uma curva ou "seguir reto". As motos com pneus entre 170 a 190 (traseiro) quando usadas sem garupa devem usar de 38 a 40 libras (pneu quente).

OBS: O pneu quando aquece pode por dilatação do ar, aumentar a calibragem em até 8 libras, isto significa que um pneu calibrado frio e usado em condições quentes como uma viajem com mais de 45 minutos a uma temperatura ambiente de 20° C pode chegar a 48 libras, deixando seu pneu muito duro, perdendo sua aderência quando você mais precisa, nas curvas. Já o dianteiro deve usar 4 libras a menos que o traseiro, pois seu volume cúbico é menor. Se você preferir utilize Nitrogênio para calibrar, pois ele tem um ponto de dilatação mais elevado e isto mantém mais estável a calibragem. Resumindo, quando você for andar na cidade, calibre no máximo, mas quando for para estrada, lembre de acertar sua calibragem para menos, mantendo a melhor performance dos seus pneus.

TROCA DOS PNEUS:

Quando você for trocar um pneu tenha alguns cuidados básicos: Procure sempre trocar em máquina de montagem, especialmente se for rodas raiadas. Após a troca lembre que todo pneu vem de fábrica com uma camada de cera bastante escorregadia e tracionar ou forçar uma curva é tombo certo! Mas como evitar isso? Se for pneu dianteiro, use uma lixa grossa de qualquer tipo e passe em toda banda de rodagem; Se for traseiro, vá até uma área de areia ou cascalho fino e dê uma patinada com no mínimo duas voltas no pneu e estará limpo, a areia funcionará como lixa. Quando trocar? Geralmente os pneus originais agüentam em torno de 10.000 km nas esportivas e 12.000 km nas custons, mas independente disso se você perceber que os pneus estão quase sem friso na faixa central, não hesite, troque-os. Outra maneira é se caso você começar a perceber que a moto está um pouco instável especialmente em curvas, examine primeiro a calibragem, se estiver correta, então desconfie do desgaste dos pneus. Como escolher o pneu certo? Há vários tipos de pneus, alguns mais duros que duram mais e são menos eficazes quando usados no limite e outros mais macios que duram menos, mas que são "verdadeiros chicletes" no asfalto. Pense em como você usa sua moto e faça a escolha certa.

PARAFUSOS EM GERAL:

Sempre que lembrar, dê uma geral nos parafusos da carenagem, rodas, suportes, etc. A alta vibração provocada tanto pelo motor quanto pelo tipo de calçamento afrouxam sistematicamente os parafusos, portanto não deixe de manter sua moto sempre justa.

ÓLEO LUBRIFICANTE:

Todas as fábricas não recomendam o uso de óleos sintéticos, pois você acaba só completando e raramente troca. Uma manutenção ideal é aquela em que você troca de óleo a cada 3.000 km e filtro a cada 6.000 km. As motos que andam em alto giro, quebram mais rapidamente as moléculas do óleo e por isso ele afina rápido, tornando necessário sua substituição. (entenda-se giro alto como 6.000 a 14.500 rpm). O mais recomendado para altos giros é o 20/40 e nas motos que andam com giro mais baixo pode-se usar até o 20/50 o mesmo usado nos carros em geral. Controle sempre o nível do óleo e acompanhe o "som do motor" ele revela muita coisa para você, as vezes você percebe o nível baixo do óleo pelo barulho excessivo das engrenagens, algo distinto do que você acostumou a ouvir.

GASOLINA NO TANQUE:

Os mecânicos de competição no Brasil, recomendam que se use gasolina comum a maior parte do tempo, não adianta usar gasolinas especiais com maior octanagem, pois o rendimento na cidade e na estrada é imperceptível. O aconselhável é usar de vez em quando na estrada um ou dois tanques de gasolina aditivada para descarbonizar o motor e limpar as partes móveis. Manter o tanque sempre cheio evita que se formem gotículas na parte superior do tanque. Essas gotículas quando permanecem por muito tempo, tendem a formar ferrugem no tanque provocando oxidação das partes móveis de bomba, carburador, etc. Por isso, mantenha sempre o tanque o mais cheio possível o que evita também que a bomba receba sujeira ou água. Já que a água é mais pesada que a gasolina, ela sedimenta no fundo do tanque e quando você anda muito na reserva, ela vai para o motor e começa aquela sessão falha tudo!

BATERIA:

Examine pelo menos uma vez a cada seis meses o nível da água da bateria, mas se caso sua bateria começar a dar sinal de vida, isto é, o farol enfraquece em marcha lenta, pisca junto com a sinaleira ou acende quando você acelera, pode procurar um posto e completar o nível da solução. Caso nada disso funcione, procure a loja mais próxima e troque-a, pois essas motos sem pedal de arranque são pesadas para empurrar mais de uma vez!

OBS: Se você for viajar e deixar a moto muitos dias sem ligar, desligue o polo (-) negativo da bateria por segurança e por precaução contra uma possível descarga da bateria.

MOTO NO DESCANSO CENTRAL:

As motos com motor em linha, (cilindros um ao lado do outro) que tem carburadores um ao lado do outro devem preferencialmente ficar no descanso central. Essa medida serve para manter a equalização dos carburadores, pois quando a moto está no descanso lateral, por gravidade, os carburadores ficam com níveis variados de combustível facilitando a perda da equalização, responsável pelo funcionamento equilibrado de todos os cilindros. Caso a sua moto for ficar mais de três ou quatro dias sem funcionar, opte por usar o cavalete central, nos casos de esportivas que não possuem este, compre um cavalete de oficina que suspende a roda traseira.

CAPA DA MOTO:

JAMAIS COLOQUE A CAPA QUANDO A MOTO ESTIVER COM O MOTOR AINDA QUENTE! Além do risco de incêndio por tocar partes super aquecidas, ainda há o fato da capa fazer a moto suar, e com o tempo oxidar partes metálicas.

Para ter certeza de uma viagem segura, é importante que todos esses cuidados em relação a cada componente da motocicleta sejam observados e que o motociclista leve consigo um kit extra, composto de jogo básico de ferramentas, câmara de ar, lâmpada de farol e da lanterna traseira para o caso de qualquer imprevisto.

 

 

 

 

 

 

 

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